O QUE ESPERAR COM A “FINTECHZAÇÃO” NO ECOSSISTEMA DE STARTUPS.

IMAGEM-O QUE ESPERAR COM A FINTECHZACAO NO ECOSSISTEMA DE STARTUPS

No Brasil, o ecossistema de startups voltadas para o setor financeiro — as fintechs — tiveram um ano histórico no quesito investimentos, com um total agregado, em 2020, de quase US$ 2 bilhões, de acordo com dados divulgados no início deste ano no Inside Fintech Report. Além disso, das atuais 17 startups unicórnios brasileiras, mais da metade atua de forma direta ou indireta no setor financeiro.

E atentas a esta tendência e movimentação de mercado, recentemente 99, atualmente parte do grupo chinês Didi Chuxing iFood, parte do grupo brasileiro Movile, e Rappi, da Colômbia, transformaram os seus respectivos aplicativos em bancos digitais, com diferentes produtos e soluções bancárias para os parceiros e consumidores. Esta é uma aposta na “fintechzação” de parte dos seus respectivos modelos de negócio. 


“Fintechzação” das startups

Como o portal Whow! trouxe em dezembro de 2020, a empresa de transporte urbano por app anunciou a possibilidade de ganhos de 220% do CDI em rentabilidade para quem já tem acesso à carteira digital 99 PAY. O formato possibilita a adição de crédito no formato para que os clientes usem o 99 Food, paguem suas corridas, boletos, recarga de celular, além de receber e transferir dinheiro entre outras contas na plataforma.

Com o olhar mais centrado nas empresas parceiras, como restaurantes e pequenos comércios, as startups de entregas, Rappi e iFood, passaram a oferecer contas para pessoasjurídicas, cartão de crédito e empréstimos nos últimos meses. 

O RappiBank, produto mais recente no mercado, terá crédito para capital de giro em todas as faixas de faturamento e taxas a partir de 1,7% ao mês e prazo de até 24 meses. “O objetivo é ser um dos quatro ícones da tela principal”, disse o presidente da startup no Brasil, Sérgio Saraiva, ao jornal Folha de São Paulo. Este movimento acrescenta mais um mercado de atuação à lista da empresa que, em outubro do ano passado, anunciou a sua entrada no ramo do turismo.

A instituição já está no processo de pedir autorização ao Banco Central para ser uma instituição de pagamento e Sociedade de Crédito Direto, de acordo com a Rappi. Esta modalidade permite que as fintechs emprestem o próprio dinheiro. Para os consumidores, a Rappi abriu uma lista de espera para quem quiser obter um dos seus dois modelos de cartões, que mira a oferta de cashback, dentro e fora do aplicativo, como diferencial.

Diferente da primeira, o iFood faz parte de uma holding na qual já existe uma fintech e outra empresa do ramo, MovilePay e Zoop, respectivamente. A primeira faz a gestão da carteira digital lançada oficialmente em novembro de 2020 para ser o “banco dos restaurantes” e possibilitar a realização de transações bancárias regulares (pagamentos, recebimentos e transferências, inclusive o PIX), antecipar recebíveis e adicionar QR Code para pagamentos. E a segunda desenvolve soluções de pagamento e conta digital. E para os clientes de Conta Digital do iFood também há a possibilidade de adquirir dois modelos de maquininhas para pagamento. A empresa diz que em três meses de serviço emprestou mais de R$ 100 milhões a pequenos e médios restaurantes que estão na plataforma.


Fenômeno global em diferentes setores

Bruno Diniz, especialista em fintechs, professor universitário e cofundador da Spiralem, consultoria especializada em inovação para o mercado financeiro, comenta ao portal Whow! que este fenômeno, recente no Brasil, não é algo exclusivo por aqui e que companhias varejistas, empresas de telefonia e startups estão desenvolvendo iniciativas próprias direcionadas para um consumidor específico.

“A criação de braços financeiros digitais por empresas de diferentes segmentos (não apenas no nicho de delivery, como é o caso do iFood e Rappi) é um fenômeno que tem se expandido em diversas partes do mundo, sendo batizado de “embedded finance” (ou finanças embutidas)”, aponta. Ele também diz que, o acesso das startups aos dados da vida financeira e das transações de restaurantes e comércios que vendem nas plataformas de entrega, pode resultar em condições melhores em operações de crédito, com a combinação de ofertas financeiras e não-financeiras. “Um exemplo seria a concessão de descontos em taxas de entrega baseada na utilização das soluções financeiras no dia a dia, algo que pode ter grande apelo junto a esse público”, afirma. 


Hiperespecialização

E como será que os bancos vão reagir com esse movimento de mercado na nova economia? 

“Movimentos como esses certamente vão mexer com os grandes bancos, que irão enfrentar a concorrência de startups hiperespecializadas em seus nichos de atuação,” comenta o especialista em fintechs.

Outro ponto que merece destaque, é a constante absorção de dados dessas plataformas sobre as empresas que realizam as suas vendas e o quão individualizados podem ser os produtos ou serviços por conta do comportamento recorrente na área financeira dos negócios parceiros. 

Fonte: Whow! Inovação



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