O TIKTOK E AS NOVAS POSSIBILIDADES PARA O UNIVERSO DAS MARCAS.

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Música, sincronia labial e dancinhas coreografadas, o que isso te lembra? Certamente, se você andou conectado no último ano, a rede social que veio na sua cabeça foi o TikTok. Por mais que você ainda não tenha uma conta na plataforma, com certeza já se deparou com alguma inserção dela na sua timeline, seja no Facebook, Instagram ou Twitter. O app criado na China, em 2017, se tornou o principal canal de comunicação de grandes marcas com públicos mais jovens, como a Geração Z. Desde então, Millennials e outras gerações passaram a usar cada vez mais o app. “Cringe” ou não, essa rede afeta marcas, negócios e a indústria musical atualmente. Mas qual a influência da plataforma? Como é pensada a forma de linguagem que circula no aplicativo? Entender as novas linguagens exploradas no app são desafios para empresas que precisam ocupar um lugar na rede social.


“DON’T MAKE ADS, MAKE TIKTOKS”

O slogan da plataforma (traduzindo, não faça propaganda, faça TikToks), deixa claro a diferença de outros modelos de propaganda tradicional que estávamos acostumados a ver em outras redes. Isso porque o público do TikTok valoriza o conteúdo genuíno, aquele que aproxima o usuário da sua realidade. Esse formato desperta cada vez mais a curiosidade de grandes negócios em aprender sobre essa linguagem com os próprios criadores de conteúdo da plataforma. Afinal, quem conhece mais a audiência da rede do que os próprios creators?


MUSICAL.LY + WARNER MUSIC = 200 MILHÕES DE NOVOS USUÁRIOS.

Em constante evolução, o app adquiriu em 2017 a Musical.ly. A partir dela, os usuários passaram a sincronizar o lip sync (sincronia labial) com as músicas, além da parceria com a Warner Music, permitindo que lançamentos musicais estivessem em uso na rede, sem grandes burocracias de licenciamento. Esse novo fluxo trouxe 200 milhões de novos usuários para a plataforma.

Com esse movimento, alguns cantores obtiveram sucesso com o lançamento de algumas dancinhas e challenges, desafios que, geralmente, envolvem a construção de vídeos inusitados. A cantora americana Doja Cat teve uma ótima repercussão com seu segundo álbum de estúdio, o “Hot Pink”. Após a música “Say So” da artista ter se popularizado na plataforma, a cantora criou um videoclipe oficial com a coreografia criada pelos usuários da rede e convidou a principal autora da dancinha para participar do clipe. Outros singles da artista tiveram triunfo no app, como “Freak Me”, “Streets” e “Like That.

Algumas gravadoras e artistas já incluem no seu planejamento de marketing a inserção dos lançamentos na plataforma. Dentre as ações que ficam listadas, estão presentes a criação de coreografias para usuários poderem replicar, challenges e lip syncs. Dessa forma, o produto cria uma afinidade que envolve diversos momentos e possibilidades com o usuário. O app pode ser um grande cúmplice para definir o sucesso de uma música e até mesmo de ações casadas.

Foi dessa forma que Manu Gavassi invadiu a plataforma com uma estratégia de marketing para o lançamento do seu videoclipe “Deve Ser Horrível Dormir Sem Mim”, em parceria com a drag Glória Groove. A cantora e ex-BBB já vinha se provando uma ótima estrategista em marketing digital após deixar vários vídeos gravados para serem usados no seu Instagram durante seu confinamento no reality. Para anunciar sua chegada no Tik Tok, em uma ação cross media, Manu apagou todas as fotos do seu Instagram 15 dias antes do lançamento do videoclipe, ficou loira em uma ação casada com a Redken, da L’Oréal, e apareceu com o nome de uma nova personalidade: Malu Gabatti, uma premiada diretora de Nova York, recém-chegada ao Brasil. A artista marcou sua estreia no Tik Tok, dando vida a essa nova personagem, com um primeiro vídeo onde ironizava o uso da plataforma e se apresentava. E no fim, encerrando o ciclo, era lançado o videoclipe, estrelado e dirigido pela cantora, ela mostra o processo de criação para um lançamento de sucesso, citando entre os itens essenciais um feat, um carro e uma dancinha que viralize na plataforma.

“Esse é um espaço novo e precisamos dar a ele um olhar cuidadoso e estratégico, percebendo como uma marca pode entrar na comunidade de forma nativa, mas para isso é necessário ter em mente o público que queremos atingir e um conteúdo relevante e adaptado para a sua linguagem” – Dudu Kotolák, Diretor de Criação na Ana Couto.

A plataforma é a segunda maior com potencial de influenciar seguidores nas redes e costuma, cada vez mais, ser uma aposta para grandes marcas do mercado. Quase metade dos perfis de usuários está entre 15 e 25 anos de idade, público que está sempre conectado e tem um grande potencial de criar vídeos cativantes, o que acaba prendendo a atenção dos demais usuários do aplicativo.

Uma excelente estratégia criada para promover ainda mais o seu crescimento é a necessidade de salvar o conteúdo na rede antes de compartilhá-lo. Dessa forma, todos os vídeos criados precisam passar por ela e, depois, podem migrar para outras redes sociais, contendo, assim, a famosa marca d’água do TikTok na margem inferior da tela.


MAGALU, ITAÚ E AS NOVAS INICIATIVAS

A Magalu anunciou recentemente, em uma coletiva de imprensa, a inauguração de suas primeiras 23 lojas na cidade do Rio de Janeiro. Para contemplar essa ação, uma campanha foi criada com uma canção assinada por Anitta, com direito a um videoclipe com a cantora e a influencer virtual Lu. No TikTok, um challenge com coreografia e nas redes, a hashtag #MagaluNoRio foi compartilhada com o apoio de influenciadores como Djamila Ribeiro, João Vicente e Viviane Araújo.

Para o banco Itaú, que tem uma conta na rede desde 2020 e hoje tem mais de 295 mil seguidores, a principal intenção dentro da plataforma é gerar engajamento com o público jovem, que em breve pode se tornar cliente. Os conteúdos são explorados com uma linguagem diferente, com pessoas realizando tarefas simples ligadas ao universo do banco. Já a Localiza, rede de aluguel de veículos, entrou na plataforma em parceria com criadores de conteúdo, explorando temas que conversam com a companhia, como viagens, turismo e gastronomia. A empresa caracteriza o espaço na rede como um dos melhores lugares para engajamento.

Dudu Kotolák, Diretor de Criação na Ana Couto, relata que na estratégia criativa realizada para a Ultragaz, cliente da agência atuante no ramo de distribuição de GLP e novas formas de energia, um dos pontos pensados foi a forma de usar um antigo ícone da marca, o Ultrinho, símbolo que representava um botijão azul de gás de cozinha. “Quando descobrimos que parte do nosso público gostava muito dos conteúdos relacionados a ele – e que essas pessoas estavam no TikTok –, encontramos nessa rede social a sua nova casa através de dublagens, challenges e outras brincadeiras típicas de lá”, explica o especialista.

Atualmente, com um valor de mercado de 75 bilhões de dólares e um público ativo de 1,9 bilhão mensal, o TikTok, aliado a uma boa visão estratégica e planejamento, pode ser um ótimo lugar para marcas e artistas, apenas com uma boa execução e timing certo. A adaptação à nova linguagem pode parecer um desafio para empresas, porém repensar novos formatos, cenários e linguagens, sem perder a visão do seu propósito e equities visuais, pode gerar reconhecimento para marcas. A inovação nos dias atuais é representada pela rede, levando milhões de usuários para dentro do seu ecossistema, e os novos formatos de conteúdo em constante evolução. Podemos dizer que a plataforma é a fonte de novas possibilidades para a comunicação.

Fonte: Ana Couto



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