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O QUE AS EMPRESAS ESTÃO DISCUTINDO PARA MUDAR NO PÓS-PANDEMIA.

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Se engana quem pensa que o mercado está parado. Concordo que muitas pessoas ainda estão em estado de flow, esperando a vacina chegar para valer, mas por outro lado, diversas empresas discutem como a vida voltará com força total (provavelmente) ainda este ano. E surge uma ótima oportunidade de melhorar o que já existia dentro das empresas. Trabalhar na Escola do Caos, com mais de 50 empresas como clientes, nesta época de indefinição, nos obriga a compartilhar com o mercado os temas que estão sendo discutidos para mudar no pós-pandemia.

Dividimos os temas em 4 blocos. Discuta com seus pares e chefes o que pode ser mudado. Então, vamos a eles:

Estrutura Hierárquica: Em muitas empresas a forma como seus colaboradores e líderes estão organizados está sendo revista. Um bom questionamento aqui é sobre a dinâmica de como as coisas acontecem. Sua organização é rápida o bastante para tomar decisões? Se parece mais com uma lancha ou um transatlântico? Aqui vão algumas perguntas que podem te ajudar a redesenhar o seu modelo organizacional:


Vamos continuar nos organizando em papéis e responsabilidades?

Nossa estrutura hierárquica continuará sendo piramidal? Entre o primeiro colaborador da empresa até o CEO, continuarmos tendo tantos intermediários entre nós? Nossos artefatos de cultura continuarão os mesmos (crachás, congressos de final de ano, mesas em formato open space ou baias e salas de reuniões)? Os valores de nossa organização continuarão os mesmos (eles nos sustentaram no período de crise)? Nossa Missão, Visão e Valores continuarão os mesmos? O propósito de nossa empresa é, de fato, inspirador?


Nossos líderes estão preparados para engajar, de verdade, os colaboradores, ou apenas temos lampejos de motivação?

Dinâmicas de coexistência: A lógica desta discussão é sobre como as ideias fluem na organização. Em muitas empresas a governança é tão rigorosa que não existe espaço para a criatividade. Em outras, as políticas deixam colaboradores com medo de ousar. O “comando e controle” define a organização que deixa de aproveitar seu verdadeiro capital corporativo (as pessoas) não ousando em estratégias que seriam muito mais vantajosas do que limitar as pessoas.

Foi-se o tempo em que todas as comunicações relevantes da companhia estavam na intranet. Agora elas estão no WhatsApp das pessoas. Mais perguntas para que você possa estimular a discussão internamente: Vamos continuar usando a mesma forma de contratar, desenvolver e demitir as pessoas? Continuaremos contratando rápido e demitindo de maneira lenta? (A melhor hora para demitir alguém é quando começamos a pensar em demitir). Vamos continuar contratando consultorias pelo menor preço ou pela reconhecida qualidade e metodologia? Vamos continuar com nossas estruturas internas separadas? Como atuaremos com os líderes que entregam resultados acima da meta mas que deixam suas equipes estraçalhadas em burnout?


Vamos continuar promovendo e demitindo “apenas” por performance?

Políticas de Incentivo: Sou de uma época em que ouvíamos de nossos líderes: “Vista a camisa da empresa que te promovo em 3 anos”. Pois é… não temos mais este tempo. A lógica hoje é trabalhar em uma empresa e mudar daqui a um ano, ou no máximo dois. A carreira das pessoas ganha prioridade frente aos objetivos da empresa. Somos ansiosos. O mundo é BANI. Na época do mundo VUCA dava para esperar.


A empresa que oferecer o melhor ambiente de desenvolvimento terá a preferência dos seus colaboradores?

Perguntas como estas precisam ser respondidas: Qual vai ser o novo jeito de crescer em nossa empresa? O que vamos valorizar? Como vamos deixar claro aquilo que repudiamos em nosso ambiente de trabalho? Realmente precisamos fazer um planejamento para o ano inteiro (sabendo que tudo muda em no máximo 2 meses), ou vamos nos atentar para um orçamento de curto prazo, garantindo que ele seja bem executado. Vamos continuar com aquela frase pouco inteligível de “queremos ser o melhor em tudo o que fazemos”, sabendo que dificilmente isso é tangibilizado em KPI´s?

E por fim, a Integração dos Ecossistemas. Muitas empresas não interagem com os ecossistemas onde estão alocadas. Atuam para preservar a região de geração de resíduos, contratam os colaboradores da região, e só. Ontem isso era suficiente, hoje, é pouco. Como as empresas poderão ser alavancas estratégicas de geração de valor para os comércios, para as famílias, para os fornecedores e empreendedores da região? Sua empresa já pensou em ceder suas instalações para a realização de treinamentos para a comunidade (gestão financeira, saúde emocional, relações interpessoais?) Já pensou em como contribuir para o desenvolvimento regional atuando com as associações de classe, sindicatos, grupos de desempregados? Esta é a nova realidade que vem sendo discutida.

Como passaremos a lidar com nossos concorrentes? Continuaremos com uma postura combativa de “rouba monte” ou discutiremos como podemos atuar em conjunto, reduzir custos fixos, compartilhar informações… Como podemos tratar melhor nossos próprios resíduos, incentivar nossos colaboradores a cuidarem de seus próprios recursos (e não só os da empresa)? Como atuaremos de maneira mais valorosa com a comunidade, com as famílias e com o planeta?

Muitas perguntas. Mas como dizia Voltaire, “um homem deve ser julgado mais pelas suas perguntas do que por suas respostas” e para Drucker, “o trabalho mais importante e mais difícil não é encontrar a resposta correta, mas fazer a pergunta certa”.

E você? Tem discutido estes temas internamente? Como está sendo sua experiência?

Fonte: artigo de Alberto Roitman, Chief Chaotic Officer na Escola do Caos e Podcaster no Caos Corporativo (Spotify).



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