6 EM CADA 10 BRASILEIROS NÃO VEEM ‘PROMOÇÃO DE VERDADE’ EM BLACK FRIDAY.
Os brasileiros parecem não estar muito empolgados com a Black Friday deste ano. A data oficial em 2021 acontece no dia 26 de novembro e deveria ser marcada por grandes descontos no comércio. Contudo, 79,5% dos brasileiros não pretendem realizar compras e, desse total, 6 em cada 10 (64,4%) afirmam que o motivo é que não existem “promoções de verdade”.
Outros 15,4% acreditam que a data não vale a pena porque “está tudo muito caro por conta da pandemia”. A baixa confiança do público nas promoções de Black Friday foi constatada em uma pesquisa do Instituto Reclame Aqui com 23,5 mil consumidores realizada entre os dias 12 e 16 de agosto.
Para se ter uma ideia de como a data anda em baixa entre o público brasileiro, 48,8% dos entrevistados definem o evento como “Black Fraude” e 27,1% sequer consideram que o período de promoções de fato existe no país.
De acordo com Edu Neves, presidente do Reclame Aqui, “num mundo de pandemia, a Black Friday ganha contornos cada vez mais peculiares porque a gente está vivendo especialmente no Brasil uma trajetória de inflação em alta, dos preços aumentando. E isso é percebido pelo consumidor, o que adiciona já a tradicional desconfiança de não encontrar grandes descontos na Black Friday e essa percepção de que os preços só vão aumentar e que vai ser muito difícil ter grandes promoções. Isso é uma inteligência coletiva que o consumidor já começa a demonstrar”.
E quem vai comprar?
Entre os brasileiros dispostos a realizar compras na Black Friday 2021, 66,1% já estão monitorando os preços dos itens de interesse, sendo que 38,1% estão fazendo isso há 6 meses ou mais.
Os objetos alvo das pesquisas mais citados são equipamentos eletrônicos (como caixas de som, fones, etc), smartphones, roupas e calçados, notebooks e tablets, e linha branca de eletrodomésticos, como geladeira e microondas.
O preço vai ser decisivo na hora de decidir levar um produto, conforme apontam 72% dos que pretendem realizar compras na Black Friday. O e-commerce continua sendo o canal preferencial para o público, com 65,3% afirmando que vão comprar em lojas on-line. As lojas físicas foram apontadas por 18,7% dos entrevistados que pretendem comprar, seguido de redes sociais (6,8%), WhatsApp (5,2%) e as chamadas “live commerces”, que são transmissões ao vivo em redes sociais, eventos com artistas, etc.
“Uma outra questão bem importante é que o consumidor já está monitorando os preços. Ele tem lá as necessidades dele, provavelmente vai fazer compras, vai segurar essas compras até o final do ano, vai embolar as compras de Natal com a Black Friday mais uma vez, vai fazer isso tudo junto”, afirma Neves.
O presidente do Reclame Aqui alerta ainda que o ano atípico e de crise econômica pode ser combustível para descontos “bons demais pra ser verdade” e o consumidor precisa ficar atento para não cair em golpes.
“Provavelmente este ano vai de novo ressurgir a figura dos golpistas, porque em anos em que os descontos estão muito mais difíceis, dos lojistas mais cautelosos e realistas, surgem os golpistas principalmente usando redes sociais para oferecer descontos muito acima do que a maioria dos comerciantes estão conseguindo fazer”, afirma.
Fonte: Valor Investe globo.com
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