MERCADO DE PODCASTS EVOLUI E FOMENTA NOVOS NEGÓCIOS

MERCADO DE PODCASTS EVOLUI E FOMENTA NOVOS NEGÓCIOS

Embora o formato não seja exatamente novo no País, uma conjunção de fatores, que eclodiram sobretudo nos últimos dois anos, faz com que o brasileiro ouça podcast como nunca. Entre as válvulas propulsoras dessa guinada mais recente estão o maior investimento das plataformas de streaming de áudio, como Spotify e Deezer, a criação do Google Podcasts e a entrada de gigantes do mercado brasileiro na produção de conteúdo, como o Grupo Globo, o Uol, a Folha e o Estadão.

Em paralelo a esse movimento, o ecossistema de podcasts tem amadurecido e dado ainda maior projeção a players especializados, capazes de oferecer desde consultoria estratégica, até a criação de conteúdo, passando pela tecnologia e a monetização dos espaços e formatos publicitários. Egressos de outros meios, como televisão, YouTube ou rádio, novos podcasters também tentam, com maior ou menor sucesso, surfar em uma onda que já tem nomes consagrados e de longa rodagem na podosfera, como Nerdcast, Mamilos, Rapaduracast, Café Brasil, Primo, Não Ouvo, Um Milk shake Chamado Wanda, Pretinho Básico, entre outros.

Aliada a isso está a tecnologia acessível. Uma pesquisa realizada no ano passado pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo apontou que o Brasil tem 230 milhões de smartphones em uso. Somado com computadores, notebooks e tablets, esse número de aparelhos digitais dispara para a marca 420 milhões.

A soma desses fatores faz o consumo de programas de áudio avançar a passos largos. Exemplo dessa explosão, a audiência de podcasts no Spotify brasileiro cresce 21% mensalmente, em média, desde janeiro de 2018. Também no Brasil, um relatório publicado pelo Deezer em outubro de 2019 mostrou que a forma de consumir conteúdo na plataforma cresceu 177% em um período de 12 meses.

Não bastasse a evolução no volume da audiência, a penetração também tem ganhado escala. Em maio do ano passado, um estudo do Ibope apontou que dos 120 milhões de internautas brasileiros, 50 milhões, o equivalente a 40%, já escutaram um programa de áudio nas plataformas online. Com essa roda girando cada vez mais rápido, anunciantes com maior sinergia com esse universo têm investido mais e tateado novos formatos, produtos e narrativas para engajar a audiência e atingir seus objetivos de marketing.

Plataformas em evolução

O Spotify afirma ter mais de 248 milhões de usuários ativos, incluindo mais de 113 milhões de assinantes premium, em 79 mercados. Com tal alcance, não é exagero dizer que a plataforma de streaming ajudou a acelerar o ecossistema de podcasts quando passou a investir com mais força no formato. Em 2019, a empresa comprou a produtora Gimlet Media, o aplicativo de criação de podcasts Anchor e a Parcast, especializada na produção de audionovelas, especialmente de ficção científica, mistério e crimes reais. Já neste ano, a empresa adquiriu a produtora de conteúdo original The Ringer.

No Brasil, em 2018, o Spotify lançou sua primeira campanha focada exclusivamente em promover podcasts. Com presença massiva nos meios digitais e peças de out-of-home, a estratégia de comunicação, na ocasião, destacava programas de grande audiência na plataforma, como Nerdcast, Papo Torto e Mamilos. Em novembro de 2019, o País foi o escolhido para sediar o primeiro evento global 100% focado em podcast da companhia: o Spotify for Podcasters Summit. Realizado na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, o encontro recebeu mais de mil pessoas interessadas neste mercado.

Diretor do Spotify Studios na América Latina, Javier Piñol aponta dois motivos para a velocidade com a qual o formato tem crescido no País: a grande capacidade do consumidor brasileiro de se adaptar com a tecnologia e a própria dinâmica ágil da era digital. “Demoramos dois anos apenas para consolidar o segmento de podcast. As coisas são muito mais velozes hoje. Quanto tempo a Globo demorou para construir o mercado de televisão no Brasil?”, questiona. O executivo também observa um ponto que tem contado a favor no desenvolvimento do mercado em termos de produto publicitário: a criatividade. “O brasileiro tem proficiência em produção de conteúdo e criatividade comercial. Os pedidos mais criativos que recebo são das agências brasileiras e isso ajuda a retroalimentar o ecossistema”, ressalta.

No Deezer, nem mesmo os efeitos devastadores da pandemia, que tem derrubado números em outros mercados, diminuiu o ímpeto dos brasileiros por consumir ou mesmo produzir podcasts. Segundo a empresa, entre janeiro e maio deste ano, houve um aumento de 62% no número de produtoras de podcasts inscritas na plataforma, em relação ao último semestre de 2019.

O Sinapro-MG também aposta na relevância dos podcast e lançou o Espinafre, com conteúdo voltado para as principais questões que norteiam o mercado publicitário em Minas Gerais. Clique aqui para ouvir as duas primeiras edições do Espinafre.



Artigos Relacionados

FACEBOOK PLANEJA FERRAMENTA SEMELHANTE AO CLUBHOUSE.

Uma reportagem do The New York Times afirmou nesta quarta-feira, 10, de que o Facebook planeja um produto semelhante ao Clubhouse, aplicativo de conversas ao vivo por áudio que tem ganhado usuários brasileiros nas últimas duas semanas. […]

MAGGI E FUNDAÇÃO DORINA NOWILL LANÇAM GUIA SENSORIAL “COZINHA ÀS CEGAS”.

A Maggi e a unidade de Receitas Nestlé se juntaram à Fundação Dorina Nowill para Cegos e lançaram o ‘Cozinha às Cegas’, projeto idealizado pela Publicis que tem o objetivo de promover a autonomia e o […]

RC Comunicação Lança Novo Conceito Exaltando Seu Compromisso Com a Inovação

Prestes a completar 42 anos de história, a RC Comunicação apresenta para o mercado o conceito que será trabalhado pela