AS QUATRO PERGUNTAS QUE TODO CEO DEVERIA DIARIAMENTE SE FAZER

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Eram 19h45 de um dia de semana qualquer. Desde setembro de 2019, aquele CEO de uma empresa de produtos B2B já sabia o que o aguardava. E não foi diferente dessa vez. O celular tocou e a ligação durou menos de três minutos. O executivo ficou reflexivo e foi cuidar do que tinha de fazer.

O que aconteceu naquela ligação? Era uma forma de autoavaliação diária daquele CEO, que queria evoluir através das perguntas. Foi essa a metodologia que decidimos que seria a mais adequada para manter os novos patamares de performance. Todos os dias da semana, aquele CEO contratou uma pessoa para ligar e fazer cinco perguntas.

O poder das perguntas como instrumento guardião da evolução é uma técnica que aprendi com Marshall Goldsmith, considerado por muitos o coach de executivos mais famoso do mundo.

Conhecendo o trabalho de Marshall, virei um fã de perguntas. Comecei a estudar mais sobre elas, suas possibilidades e benefícios. E confesso que o estudo mudou minha maneira de atuar como executivo, coach e em conselhos de administração.

Como executivo, seja pelo dia a dia frenético da operação, seja pela ansiedade de resolver e impactar rápido, decidimos falar muito mais do que perguntar. Talvez porque também escutamos pouco. Se escutamos pouco, como poderemos fazer as perguntas certas?

Aprendi que as perguntas essenciais têm um poder relevante sobre a gente. Perguntas poderosas geram pausa, um espaço, dando campo para reflexões, insights e auto-gerenciamento do que fazemos ou queremos alcançar. Um líder deve sempre aprimorar sua capacidade de fazer perguntas para os outros e para si mesmo.

Minha experiência em mais de 40 processos de coaching com CEOs e empreendedores me ensinou duas coisas. Se evoluir é difícil, manter essa evolução é ainda mais. E utilizar perguntas diárias como monitoramento e consciência da performance é um instrumento poderoso.

Mas somente fazer perguntas é um campo vasto e não necessariamente traz resultados. Boas perguntas para auto-performance são aquelas que eliminam justificativas externas. Ou seja, nossa capacidade de culpar o outro e o entorno sobre nossa falta de foco ou resiliência em perseguir o que queremos evoluir.

Por isso, Marshall sempre coloca em suas perguntas um componente que elimina esse risco. Aprendi com ele que devemos iniciar nossas questões sempre com as palavras “Hoje eu fiz o melhor para….”. Com isso, trazemos a responsabilidade de canalizar nossa energia para o que queremos, sem desculpas das possíveis barreiras que todos enfrentamos ao longo de cada dia.

Pensando nesse momento tão diferente que estamos passando, elaborei quatro perguntas que acredito seja interessante todo líder, do CEO ao supervisor, fazer ao fim de cada dia. A ideia é que após uma reflexão, você se dê uma nota de 0 a 5 em cada uma.


1 – Hoje eu fiz o meu melhor para focar nas minhas prioridades do dia? 

Interrupções e distrações são cada vez mais presentes em nosso cotidiano. Entender o que você pode melhorar para focar no essencial é fundamental.


2 – Hoje eu fiz o meu melhor para aprender algo novo? 

Usar esse tempo como fonte de aprendizado, seja no aspecto pessoal ou profissional. É ótimo para achar um propósito e continuar indo em frente, achando sentido para isso e procurando ser uma pessoa melhor.


3 – Hoje eu fiz o meu melhor para ajudar alguém? 

Motivar, provocar, desafiar, amparar, ouvir. Líderes precisam ajudar o outro a se movimentar. Importante reconhecermos que se você precisa de ajuda, é bem provável que quem trabalha com você precise ainda mais.


4 – Hoje eu fiz o meu melhor para agir como gostaria de ser e não ao como sou? 

Aprendi essa pergunta com Lama Michel, lama budista tibetano falando dos desafios da Covid em uma live. Achei ela muito instigante. Faz com que você reconheça e pense no que pode melhorar, proporciona uma direção de que comportamentos gostaria de ter e, principalmente, te impulsiona a agir. Com o inicio do proposto por Marshall fica uma combinação bem interessante. Te desafia e estimula a ser um líder e uma pessoa melhor.


O interessante desse exercício diário não é tirar nota máxima todos os dias. O que é praticamente impossível, considerando os desafios que a vida nos traz cotidianamente. A ideia aqui é outra. É sobre utilizar esse instrumento como fonte de consciência e foco continuo no autodesenvolvimento.

Pode ser que essas perguntas também tenham sentido para você. Mas pode ser que não. Suas questões podem ser outras. Não existem receitas mágicas e únicas. Então, reflita no que é relevante para você se monitorar e dê uma chance para as perguntas diárias.

Mal não vai fazer e existe uma boa chance de você aumentar sua consciência e energia em correr atrás do que acredita ser importante evoluir. Mais do que notas ou passar no teste, autoregistrar sua performance no que te importa é uma alavanca bem interessante. Ainda mais nesses momentos tão diferentes que vivenciamos.

Fonte: Artigo de Sergio Chaia, vice-presidente do Conselho da Ourolac, investida pelo Bradesco, e autor do livro “Será que é possível?”, publicado em Neofeed



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