QUAIS SÃO OS DESAFIOS DA PUBLICIDADE EM 2021?
Com um contexto volátil, complexo e extremamente desafiador, 2020 deixou ainda uma janela aberta para um 2021 que começa cercado de expectativas, receios e incertezas para a sociedade de maneira geral e o mercado publicitário. Mesmo com o início das campanhas de imunização mundo afora, não há bussola capaz ainda de determinar rotas precisas nos próximos meses. Como mecanismo de defesa, no entanto, as agências se esforçam para entender quais serão suas principais dificuldades pela frente (e de seus clientes). A grande pergunta nesse aspecto é: quais são os desafios que a publicidade precisará superar em 2021?
Para Renata Bokel, CSO da WMcCann, parte dessa resposta está em ser relevante frente a um comportamento de consumo em constante mudança em tempos de pandemia e pós-pandemia. A profissional enxerga 2021 como uma espécie de continuação do que vivemos em 2020. Nesse contexto, o maior desafio continua sendo a adaptação ao dia-a-dia de um mundo em transformação. “A pandemia atuou como um acelerador, levando as marcas a encontrar novas maneiras de entreter, educar, servir, ajudar e vender. A grande dificuldade vai ser entender de maneira eficaz e rápida todas essas mudanças e ajudar os nossos clientes a serem cada vez mais relevantes”, argumenta.
Na concepção de Eduardo Simon, CEO da DPZ&T , o dilema da publicidade neste ano é unir entretenimento e performance. Em outras palavras, o executivo acredita ser essencial criar comunicação que chame a atenção das pessoas neste ambiente instaurado pela pandemia – no qual pouco se tolera interrupções a conteúdos cada vez mais on demand –, sem deixar de lado a eficiência de atrair consumidores, principalmente porque 2021 promete ser economicamente competitivo, em sua análise. “O grande desafio, portanto, é construir relevância antes de vender e, para isso, as marcas precisam aprender a entreter”, avalia.
Na opinião de Thais Frazão, head of brand strategy da Ogilvy, se a pergunta tivesse sido feita no começo de 2020, a resposta seria algo sobre a publicidade se reinventar por meio da tecnologia e inovação e sobre a digitalização. “Mas 2020 veio para acelerar essa transformação, que, com certeza, veio para ficar. E também para colocar a relação das pessoas com as marcas em outro nível”.
De modo geral, Thais crê que naturalmente em 2021 todo viverão em um compasso de espera que deve intensificar a ansiedade e cobrar das marcas uma atuação mais comprometida com as pessoas, e com sua responsabilidade social. “As marcas vão precisar encontrar formas de serem relevantes na vida não só de consumidores e consumidoras, mas na vida do todo. O que as empresas podem fazer para ajudar a sociedade a passar por esse momento e viver a próxima fase pós-vacinação? Buscar juntos essas respostas é parte do nosso desafio como agência”, afirma.
Chief creative officer da Ogilvy, Félix del Valle pensa em 2021 como um período em que a criatividade seguirá extremamente importante, principalmente se pensarmos em sua essência de trazer soluções simples para as mais diversas situações. “Com os aprendizados e experiências de 2020, começamos 2021 entendendo melhor o esquema de trabalho na pandemia. Aprendemos novas maneiras de continuar produzindo com relevância, nos adaptamos a protocolos, mas, ao mesmo tempo, ainda vivemos em um cenário de incertezas, sem saber quando o estado mais crítico vai passar”.
Manter o espírito colaborativo e conduzir as pessoas para um mesmo caminho em um cenário ainda tão instável, talvez, sejam os principais desafios, na visão do publicitário. “As boas ideias surgem, principalmente, na coletividade, no compartilhamento de experiências e olhares, então, manter o time unido e na mesma página será ainda mais essencial”, finaliza.
Sócio e CEO da AlmapBBDO, Filipe Bartholomeu ressalta que a despeito de tantas dificuldades, 2020 ficará marcado como o ano de maior aprendizado para todos. Em seu modo de ver, o período colocou uma lupa em novos valores, atitudes e processos, mas, ao mesmo tempo, trouxe mais clareza sobre o que é necessário carregar daqui para frente. “Não sabemos exatamente em que solo (da pandemia) estamos pisando, e austeridade econômica não deve ser desprezada, especialmente no primeiro semestre de 2021. Mas quero crer que teremos pela frente um ano de colheita em torno do que plantamos em 2020, depois de testar tão arduamente a nossa cultura e provar uma capacidade de reinvenção nunca vista”, finaliza.
Fonte: Meio e Mensagem
*Crédito da imagem de topo: audioundwerbung/iStock
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