by Sinapro-MG | 28 de abril de 2021 17:38
Você provavelmente já deve ter ouvido falar sobre NFT, né? O tema tem sido amplamente discutido na indústria do entretenimento e cada vez mais surgem exemplos de artistas que estão surfando nessa onda.
Conceitualmente, um NFT é um token “não-fungível”. Vamos lá: fungível é algo que pode ser substituído por outra de mesmo valor. Ou seja, uma nota de 10 reais por uma outra de 10 reais dá no mesmo. Então, o que não é fungível, não funciona nessa mesma lógica.
Exemplo: um vinil de um álbum raro do Caetano Veloso e uma blusa autografada pelo Tim Maia, o que vale mais? Não dá pra definir. Por isso, seriam considerados bens não-fungíveis, ou seja, que têm um valor subjetivo.
Ok, mas o que o NFT de fato é? A forma mais simples de entender é essa: pense em um certificado digital. A partir do momento que você adquire o NFT de determinada arte, seja um vídeo, um quadro, uma música, um meme (sim! Isso já tá rolando), você recebe o status de proprietário do arquivo original. Esse certificado “existe” na Blockchain (tecnologia que garante essa autenticidade, que funciona como um grande livro de registro na internet à prova de falhas ou imitações).
Ainda difícil de entender, né? Olha, é só pensar em como essas negociações funcionam no mundo físico. Vamos supor que você compre uma obra de arte, um quadro, um livro raro ou uma figurinha de colecionadores (lembra dos cards do Magic?). Por mais que possam existir cópias dele disponíveis, o original sempre irá valer muito mais, certo? É mais ou menos dessa forma que funciona o NFT. Só que na web!
Com o NFT, pela 1ª vez na Internet, bens 100% digitais passam a ser transacionados seguindo a lógica de exclusividade, autenticidade e escassez. A pira é tão grande que tem gente que já tá até vendendo verdadeiras mansões virtuais como NFTs. É o valor intangível que rege o desejo de compra. Karl Max rola no caixão.
Aí é que tá! Se você pretende começar a vender suas obras, saiba que o acesso a essas plataformas ainda não é tããão popularizado assim…A maioria dessas “galerias” – pelo menos, as mais estruturadas – são fechadas, ou seja, você precisa de um convite pra participar. Às vezes, é até necessário enviar um portfólio pra ser aceito!
Mas existem, sim, opções abertas. Algumas até aceitam pagamento direto em cartão de crédito e não exigem nenhum conhecimento prévio sobre NFT (não vamos complicar ainda mais, mas a moeda de transação das NFTs é o Ethereum).Você pode conferir quais são elas aqui[4].
A Phonogram.me[5] é a primeira plataforma de NFT do Brasil, e é focada na indústria musical. Vale dar uma conferida.[6]
Com o NFT, existe uma grande tendência de o trabalho autoral do artista ser muito mais valorizado. Isso porque a indústria musical ao longo dos anos sofreu com o fenômeno da pirataria, e até hoje luta uma briga de Davi e Golias para conseguir sobreviver no streaming.
Sendo assim, uma nova tecnologia que exalta o original não seria um grande incentivo para uma mudança no comportamento e mindset das pessoas?
Por outro lado, há quem questione se o NFT também não carrega um “quê” de aristocracia. Afinal, toda essa busca pelo o que é exclusivo pode também fazer com que poucas pessoas tomem posse do que antes estava “democraticamente” disponível para todes.
O produtor musical Pena Schmidt enxerga um processo muito positivo de desintermediação: “o artista vai conseguir se conectar diretamente com seu fã comprador e o fã vai ajudar a financiar o seu disco“[7].
Esse processo, entretanto, vai demorar um tempo pra chegar aos artistas médios e pequenos. Por enquanto, quem está se beneficiando são aqueles que já estão mais consolidados (“é o que de cima sobe, e o debaixo desce”).
O que vimos até agora é que não necessariamente a pessoa com mais dinheiro é quem vai adquirir mais NFTs, mas sim aquele que chegar primeiro – e isso é bem interessante pois possibilita que pessoas de fora da indústria musical, por exemplo, consigam o seu certificado de uma obra.
Outro aspecto superimportante das NFTs: comunidade e fãs. Para você se inserir nesse universo, é importante que você já faça parte de uma comunidade ativa de pessoas que suportam e apoiam seu rolê.
NFT ainda é um terreno pouco explorado e seu impacto com certeza vai ser bastante estudado. Mas uma coisa é certa, quem começar a se aprofundar nesse universo já sai na frente.
Segundo informações publicadas pela Folha de São.Paulo, a empresa pretende criar “cripto-experiências”, associando criações exclusivas de artistas em NFT. Os colecionáveis digitais serão disponibilizados antes e durante os festivais. Devido à pandemia, o Rock In Rio 2021 precisou ser remarcado para os dias 2, 3, 4, 8, 9, 10 e 11 de setembro de 2022. Dessa maneira, mais detalhes dos contratos futuros são literalmente acordos para comprar ou vender um ativo em uma data futura e por um preço fixo…. A decisão já começa a criar polémica entre os fãs do evento. Um usuário no Twitter chegou a comentar sobre a notícia dizendo: “aquele discurso de sustentabilidade já era, né @rockinrio?”.
A polêmica gira em torno à poluição que os NFTs gerariam no meio ambiente, o que iria de encontro à causa ambiental defendida por festivais como o próprio Rock In Rio. O fator poluição tem sido o “calcanhar de Aquiles” dos tokens NFT. Recentemente, a banda britânica Gorillaz foi criticada por seus fãs, ao anunciar que desenvolveria uma edição especial em NFT de um de seus discos. O problema tem inclusive motivado a empresas do setor em busca de alternativas. Uma companhia anunciou recentemente uma plataforma que seria capaz de gerar NFTs de maneira sustentável por meio de consumo reduzido de energia no processo[8].
Fonte: @capsula
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