by Sinapro-MG | 2 de junho de 2020 14:14
Considerando que as gerações não são mais segmentadas, hoje, pela idade cronológica ― e sim pelos estilos de vida de cada um ― qual é o papel das idades emocionais em meio à pandemia do coronavírus[1]?
Em um mundo em que Baby Boomers se mostram cada vez mais conscientes do próprio corpo e da saúde (tanto física quanto mental), os indivíduos do grupo de risco ainda são tão vulneráveis quanto se espera?
Marina Roale, líder em pesquisa e conteúdo da Consumoteca e Embaixadora de Idades Emocionais[2] do IDENTIDADES[3], respondeu à Consumidor Moderno que, sim, o coronavírus pode trazer novos paradoxos ao “fim” das idades.
“A pandemia acaba botando em xeque o próprio conceito de idade emocional. Por mais que nos últimos anos a gente veja todo um movimento de repensar quem somos a partir do que escolhemos ser e deixando de lado estereótipos da idade, o coronavírus acaba resgatando momentaneamente o peso da nossa idade biológica, pois ele deixa claro nas estatísticas que nossa contagem cronológica faz diferente nesse caso.”
Quando o assunto é uma doença que causou uma crise global, ela explica, a identificação com a juventude e grau de atividade perdem um pouco do peso na sociedade. “Se ela possui a idade biológica que a coloca no grupo de risco, ela precisa de fato tomar mais cuidado”, recomenda.
Contudo, ela explica que, de fato, essa realidade gera uma incongruência, e deve ser analisada com cautela: “É como se vírus jogasse uma verdade dura dizendo: “sua idade importa, sim!” na face de uma geração que vem ressignificando a ideia de terceira idade. Isso cria um grande desconforto, pois abre-se um conflito entre a lente social e a lente científica que temos sobre nós mesmos.”
Segundo um estudo da Big Data Corp[4], Millennials são a geração da preocupação. 50% dos jovens milenares dizem que o coronavírus já impactou significativamente suas decisões. Em compensação, apenas 33% dos Baby Boomers e 42% da Geração X afirmaram o mesmo.
Para Marina Roale, a preocupação atravessa diferentes gerações, mas encontra modelos diferenciados em cada uma delas. “A diferença é que a preocupação dos mais jovens está associado ao mundo externo; se dá no fato de vivenciarem cenários de caos e apocalipse, tal qual o dos seriados que eles cresceram assistindo.” Ela complementa: “já nos mais velhos o medo é mais interno, pois há uma preocupação mais efetiva em pegar o vírus e entrar para estatística de casos graves.”
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